Desde crianca ja me sentia inadequada em situações de convívio social.  Acreditava ter nascido na família errada e ficava anisosa e tensa nos encontros familiares e nos compromissos sociais.

 

Quando conheci e experimentei o álcool , aos 14 anos, foi amor à primeira vista.  Me.senti mais adequada e relaxada para viver e conviver.  Em todas as situações de festas e comemorações, eu sabia que iria me unir ao álcool e perderia a timidez para conhecer novas pessoas.  No início tudo se revelou como.novidade e experimentação, e a alegria e euforia sempre tomava conta de mim nas grandes festas.  Novos amores, pessoas interessantes, frequência em festas, viagens... tudo sempre acompanhado de comida e muita bebida, ou seja, muito álcool.

 

Apos sete anos na ativa, com várias bebedeiras e porres, apagões e esquecimentos, tive uma.convulsão que me.levou à internação hospitalar.  Foi um desespero na familia, principalmente dos meus pais e minhas irmãs.  Ali, aos 21 anos, já estava identificada a falta de controle no uso do alcool e a ocorrência de danos graves a minha saúde.  Depois de consultas a neurologistas, cardiologistas, psiquiatras e psicólogos, foi constatada a minha impotência perante o álcool, concluindo ser assim, que eu era uma portadora da doença do alcoolismo e que deveria evitar o primeiro.gole, caso quisesse continuar vivendo.

 

Foram seis anos sem beber e sem frequentar nenhum grupo de mútua ajuda, ocasião em que houve migração do álcool para o uso de substâncias ilícitas e remédios.controlados.  A doença da adicção continuava a me derrubar, embora continuasse s ser uma pessoa produtiva na sociedade.  Eu trabalhava e estudava, me graduando cada vez mais, até que, aos.26 anos, voltei a beber compulsivamente.  Minha vida foi arruinada em dois anos, quando então, aos 28 anos, aceitei ajuda e fui internada numa clínica de recuperacao.focada nos Doze Passos de Alcoólicos Anônimos.

 

Ao conhecer o programa de A.A. nasci de novo.  Entendi que não.era só parar de beber ou.usar qualquer substância que.alterasse meu humor, mas sim entrar em recuperação, atraves de um programa espiritual, no qual poderia reavaliar minha vida, minhas ações e minha personalidade - eu ingressaria numa.nova maneira de viver.

 

Busquei Alcoólicos Anonimos porque vivia em total desespero, falência espiritual e mental e encontrei uma.nova maneira de viver.  Desde dessa internação, participo de reuniôes de A.A. e nunca mais voltei a beber.  O A.A. simplesmente me mostrou ser possivel ter uma nova vida, depois do álcool, conquistar tudo o que sempre sonhei.  Me casei, sou mãe, voltei a trabalhar e convivo com minha familia de uma forma amorosa, sem.precisar beber para participar de nada.  Fiz reparações a pessoas.que prejudiquei com minhas bebedeiras, o que só foi possível por estar frequentando as reuniões de A.A., inclusive de várias reuniões de composição feminina.  As mulheres mostraram sofrer com o alcoolismo da mesma forma como eu sofria e isso tem nos ajudado neste lindo processo de recuperacção.  Sou eternamente grata a Deus por.ter me dado a oportunidade de conhecer, ingressar e.fazer parte da Irmandade de Alcoólicos Anônimos.

 

Hoje participo e sirvo nos eventos da.Colcha de Retalhos.  Decidi participar das atividades, exatamente, pela ampla troca de experiências entre alcoólicas em recuperção.

 

Sou T. , uma AA em recuperação há 15 anos e 27 dias, só por.hoje!  Gracas a Deus e à Irmandade de Alcoólicos Anônimos!