Sou V., uma alcoólica em recuperação e hoje eu não bebi. Eu tenho 62 anos e estou no A.A. há 17 anos e 12 dias. Eu comecei a beber aos 17 anos, mas conforme foi passando o tempo fui aumentando a quantidade de bebida que só me fazia mal. Tive muitos momentos difíceis que me faziam querer fugir da dor de viver e para apaziguar eu bebia a minha dor, os meus sentimentos e me lembro de algumas vezes que bati com o carro na Avenida Brasil, vindo bêbada de Bangú, às 3:30 da madrugada. Enfiei o carro na traseira de um ônibus, mas graças à Deus eu não me machuquei, mas machuquei a minha namorada. O dedo dela saiu do lugar, a falange saiu do lugar e foi perca total nesse carro. Foi muito difícil a vida na ativa, uma vida complicada de escuridão espiritual. Eu tive 4 internações, onde às 2 últimas foi para não ingerir o primeiro gole. Graças à Deus, eu já estava em recuperação em um grupo e não apenas sem beber apenas.

Eu cheguei no grupo Rio de Janeiro numa reunião presencial dia 24/06/2007. Na pandemia, frequentei reuniões online e hoje faço parte também de outras irmandades como narcóticos anônimos, porque eu descobri que, depois que eu parei de beber, estava com medo. Então eu passei a usar cachaça sólida, que são os comprimidos e foi muito difícil larga. Fui convidada para assistir uma reunião de sentimentos no N.A., me identifiquei, ingressei e estou lá há 16 anos.

E falando agora sobre as reuniões específicas para mulheres, eu acho que são importantes, pois muitas mulheres preferem as reuniões femininas porque tem alguns assuntos que são difíceis de se colocar numa reunião mista. Para mim não faz diferença, pois eu frequento e tenho tranquilidade para partilhar sobre qualquer assunto da minha vida. Hoje levo uma vida com consciência das minhas escolhas, graças à esse programa e a ajuda que eu recebi da minha madrinha e dos companheiros. Acho que a prática desse programa é a coisa mais importante na minha vida.

Eu trabalhava como vendedora e tinha que lidar com a corrupção com a desonestidade isso me fazia muito mal e bebia muito por causa disso. Hoje não é mais assim, pois trabalho como secretária.

Eu peço muito a ajuda ao meu Poder Superior, a minha madrinha e a rede de apoio que eu tenho hoje dos meus companheiros.

A minha experiência na Colcha de Retalhos é maravilhosa e neste depoimento aproveito para dizer que nem se compara hoje a minha vida com a que eu vivia antes de ingressar no programa de 12 passos de Alcoólicos Anónimos, que me proporciona uma nova maneira de viver, pois antes eu sobrevivia com sofrimento.

Pedi à Deus para encontrar um lugar aonde eu tivesse paz e eu encontrei. Sinto paz numa reunião de Alcoólicos Anônimos. Muito obrigada às reuniões e a atenção que recebo da minha madrinha.

 

 

► Ouça o depoimento no Canal YouTube da Colcha de Retalhos (em breve)