Instituições de Tratamento


"A experiência prática demonstra que nada garantirá tanta imunidade contra o álcool, quanto o trabalho intensivo junto a outros alcoólicos.  Quando outras mão resolverem, esta funciona."
(ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, "Trabalhando com os Outros", 2019, Junta de Serviços Gerais de A.A. do Brasil)
 
Uma das maneiras pelas quais os cofundadores de Alcoólicos Anônimos conseguiram manter a sobriedade foi levando a mensagem de A.A. aos alcoólicos internados em hospitais.  Dessa maneira, muitos outros alcoólicos descobriram que é de grande valor, para sua própria sobriedade, trabalhar com outros alcoólicos internados em instituições de tratamento e instituições correcionais.  Um resumo de suas experiências coletivas nesses estabelecimentos está esboçado aqui.
 
 
Como a transmissão da mensagem de A.A. a alcoólicos internados em instituições de tratamento ajuda a fortalecer a sobriedade?
 
Milhares de membros de Alcoólicos Anônimos, felizes e sóbrios, descobriram que a melhor solução para uma "bebedeira seca" ou para um "porre de autopiedade" é muitas vezes, trabalhar com o outro alcoólico que ainda está sofrendo.  Sabemos que ver outros alcoólicos progredir em sua recuperação é uma recompensa quase tão grande quanto a própria sobriedade.
 
Existe melhor lugar para procurar os alcoólicos que ainda sofrem, do que num hospital ou outra instituição de tratamento do alcoolismo?  Essa ideia é mais antiga que o próprio A.A..  Em 1934, um alcoólico sóbrio chamado Bill W. procurava ajudar bêbados no Towns Hospital, em New York.  Nenhum deles parecia interessado, na época, mas Bill permaneceu sóbrio.  Cerca de seis meses depois, Bill W. e outro alcoólico sóbrio, o Dr. Bob S., visitaram alcoólicos internados em um hospital em Akron, Ohio.  Apesar de mal recebidos inicialmente, eles continuaram tentando, a fim de garantir sua própria sobriedade.  Funcionou, e assim Bill W. e o Dr. Bob tornaram-se cofundadores de Alcoólicos Anônimos.  Em todo o mundo, desde então, milhares de membros de A.A. têm visitado alcoólicos em tais lugares.  Fazer o trabalho do Décimo Segundo Passo e apadrinhar alcoólicos - onde eles estiverem - é, há muito, uma das mais importantes e eficazes maneiras de mantermo-nos sóbrios.
 
Estamos certos de que o trabalho de Décimo Segundo Passo só traz benefícios.  Se mantivermos nossa sobriedade, já é um sucesso.  Se o outro alcoólico melhorar, é um benefício a mais.  Tudo o que temos de fazer é sermos canais para a mensagem de A.A..  Só o fato de tentar ajudar a outro alcoólico, já opera maravilhas em nós.  Funciona quando tudo mais falha.
 
Hoje em dia, ao contrário das décadas de 30 e 40, alcoólicos podem receber tratamento profissional em vários tipos diferentes de instituições.  Em praticamente todos eles, os membros da Irmandade podem levar a mensagem de A.A. de esperança e recuperação.  Tanto hospitais públicos como particulares, amiúde, dispõem de unidades para tratamento do alcoolismo ou enfermarias para desintoxicação.  Centros de desintoxicação ambulatoriais também estão disponíveis.  Albergues, centros de reabilitação, casas de recuperação e fazendas de repouso estão sendo abertas a cada mês.  Clínicas de muitos tipos, e outras entidades profissionais, que cuidam de alcoólicos, estão se multiplicando e tratando cada vez mais pacientes.  Algumas organizações operam em postos e mantém albergues para desintoxicação.  Estabelecimentos desse tipo estão sempre com alcoólicos que precisam de ajuda.  Médicos, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais atendem os bebedores-problema em número cada vez maior.
Tudo isso representa uma coisa maravilhosa para A.A..  Crescemos cada vez mais rapidamente agora do que antes e as instituições de tratamento são, hoje em dia, um dos setores que mais encaminham possíveis membros para a Irmandade.
 
 
As instituições de tratamento realmente querem A.A.?
 
Mais de 1.052 instituições de tratamento nos Estados Unidos da América e no Canadá, já dispõem de reuniões de Alcoólicos Anônimos.  No Brasil já contamos com 158 instituições e 131 grupos de apoio em instituições.  Os responsáveis por essas entidades têm constatado, com clareza, que A.A. é útil para seus pacientes.  Deixemos que falem por si próprios:
 
"Achamos que a cooperação ativa, sem afiliação, entre Alcoólicos Anônimos e as instituições de tratamento é necessária.  A.A. é o melhor programa de apoio para o alcoólico.  Membros de A.A. administram e orientam sobre o programa de recuperação.  Além disso, quatro reuniões semanais são realizadas no hospital.  Os pacientes interessados são levados às reuniões fora do hospital  O Escritório Central de A.A. envia um membro para levar o paciente às reuniões, após deixar o hospital."  (Administrador de um hospital para alcoólicos)
 
"Sem a existência de Alcoólicos Anônimos nossos residentes teriam pouca oportunidade de recuperação.  A filosofia de albergues encaixa-se perfeitamente com o programa de A.A..  Assim, damos muita ênfase ao envlvimento de A.A., não apenas à participação de A.A..  Temos duas reuniões de A.A. por semana, em cada unidade; oferecemos aulas de orientação de A.A. aos novos hóspedes; fornecemos-lhes farta literatura de A.A. e encorajamos fortemente a frequência às reuniões de A.A. realizadas fora das instituições.  Sem A.A., meu trabalho seria extremamente difícil, senão imporssível."  (Diretor executivo de um albergue)
 
"Os Doze Passos sugeridos de Alcoólicos Anônimos. fornecem a base filosófica de nosso plano de tratamento.  Duas reuniões de A.A. são realizadas por semana, uma coordenada pelos próprios pacientes , a outra por algum grupo convidado.  Dois membros do quadro de funcionários cuidam do acompanhamento pós-alta, encaminhando os pacientes a A.A. em sua comunidade, checando para saber se os encaminhados estão continuando satisfatoriamente."  (Médico diretor e diretor executivo de um hospital e fazenda de reabilitação)
 
"A recuperação do alcoolismo depende, primordialmente, de ser dada aos pacientes e seus cônjugues uma compreensão sólida dos fundamentos espirituais e dos princípios de Ação de Alcoólicos Anônimos e Al-Anon - Grupos de familiares e amigos alcoólicos.  Baseados em numerosos estudos de acompanhamento ao longo dos anos, nós estamos convencidos de que uma recuperação bem-sucedida do alcoolismo, a longo prazo, requer um regime contínuo em bases comunitárias, para manutenção da saúde, dependendo fortemente da participação ativa em A.A..  Nossos programas de reabilitação e treinamento não existiriam, e não poderiam existir, sem o estreito apoio espiritual e a inspiração de A.A.." (Diretor de um centro de reabilitação)
 
"Os pacientes que não se envolverem ativamente com Alcoólicos Anônimos não terão êxito.  A.A. deveria ser explicado, quer o paciente tenha ou não tomado conhecimento dele.  Muita informação incorreta, que reforça mal-entendidos a respeito de A.A. ainda persiste  O envolvimento em A.A. é esboçado para o paciente... a frequência e os tipos de reuniões, os Doze Passos... o que um participante pode esperar obter.  O apadrinhamento deveria ser providenciado...  O programa de A.A. é, e tem que ser, o fundamento do programa de tratamento." (Diretor clínico e chefe de Psiquiatria de um hospital para alcoólicos)
 
"Sem Alcoólicos Anônimos, um programa hospitalar para tratamento de alcoolismo oferece pouco.  Nossas pesquisas demonstram isso.  As experiências das reuniões de A.A. permitem as pacientes que vejam e encontrem esperanças.  A transição do internado para o mundo real fica mais fácil."  (Diretor de programa de um hospital geral)
 
 
Como os membros de A.A. trabalham com as instituições de tratamento?
 
De muitas maneiras diferentes.  O que funciona em um lugar poderá não convir para outro.  Grandes hospitais, com pacientes internados, por grandes períodos, podem valer-se da ajuda de Alcoólicos Anônimos de algumas maneiras.  Mas, um pequeno posto de desintoxicação, que funciona das 13 às 17 horas, usará de serviços completamente diferentes.  O que funcionou no passado pode não ser o melhor plano atualmente, especialmente se houver mudança na equipe de uma instituição de tratamento, ou após importantes alterações nas leis relativas à embriaguez.  Um exame cuidadoso de cada situação local é necessário e os AAs constataram que requer muita flexibilidade fazer o Décimo Segundo Passo nessa área.
 
O CTO - Comitê Trabalhando com os Outros e suas comissões facilitam o estabelecimento de contato entre as instituições de tratamento e um Grupo de A.A..  As comissões e os membros dos Grupos de A.A. providenciam que reuniões sejam realizadas dentro das instituições de tratamento, encaminham membros para visitar os pacientes, facilitam o apadrinhamentos temporário para os alcoólicos que estarão recebendo alta e asseguram que disponibilidade da literatura de A.A. para todas as atividades.  Onde ainda não exista um CTO formado, os demais Órgãos de Serviços de A.A. poderão fornecer os meios para que esse trabalho seja efetuado.
 
Cada paciente em uma instituição de tratamento passou por problemas causados pelo beber excessivo e quer estejam lá voluntariamente, ou tenham sido coagidos por um juiz de direito, um empregador ou por suas famílias.  Todos os membros serão capazes de relacionar-se com cada paciente?  É claro que não.  Mas é possível que um único interno se identifique, ou que o membro visitante seja capaz de gerar em alguém o desejo pela sobriedade oferecida por A.A. em alguém, ou se consiga responder uma pergunta ou ao menos mostrar que existe uma solução.  É uma experiência extraordinária estar em uma reunião regular e, meses ou anos depois, ver um estranho sorridente aproximar-se e dizer: "Você não se lembra de mim, mas eu me lembro de você.  Você visitou a instituição onde eu estava internado.  Não estava pronto na época, mas alguns meses atrás lembrei-me do que você disse e aqui estou eu, sóbrio".
 
O GUIA DO CTO, contém diretrizes, cartas-modelo, apresentações para palestras e outras informações úteis aos que estão levando a mensagem de A.A. às instituições de tratamento.  O livreto PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE APADRINHAMENTO dá orientações ao novo membro, que talvez tenha tomado conhecimento de A.A. em uma instituição de tratamento.
 
 
Que tipos de reuniões são realizadas em instituições de tratamento?
 
Geralmente as reuniões em instituições de tratamento são elaboradas de comum acordo entre Alcoólicos Anônimos e a direção da instituição.  É importante notar que aos internos interessam mais as maneiras de como sair da situação desesperada em que se encontram.  Portanto, as reuniões deveriam ser de esclarecimento de nosso programa de recuperação, baseado nos Doze Passos.
 
A coordenação dessas reuniões tanto pode ser feita por membros de A.A. como por profissionais indicados pela administração da instituição.  Quando coordenadas por membros de A.A., estes geralmente trazem outros membros como oradores.  Havendo necessidade de depoimentos pessoais, esses deveriam enfocar como foi o período de militância no alcoolismo, apenas para estabelecer uma identificação com os internos, e como está sendo feita a recuperação utilizando o programa de recuperação sugerido por A.A..  Essas reuniões, quaisquer que sejam, não se configuram em um Grupo de A.A. tradicional, nem transformam os internos que as assistem em membros de A.A..
 
 

A.A. EM INSTITUIÇÕES DE TRATAMENTO, direitos autorais A.A.W.S., traduzido e publicado pela Junta de Serviços Gerais de A.A. do Brasil, 2016.  O GUIA DO CTO, literatura aprovada pela Conferência de Serviços Gerais e publicada pela Junta de Serviços Gerais de A.A. do Brasil, 2021.  PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE APADRINHAMENTO, direitos autorais A.A.W.S., traduzido e publicado pela Junta de Serviços Gerais do A.A. do Brasil, 2016.  Toda literatura de Alcoólicos Anônimos pode ser adquirida nos grupos e nos escritórios de A.A. e no site da JUNAAB - Junta de Serviços Gerais de A.A. do Brasil
 
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