JUVENTUDE E ÁLCOOL: CENÁRIO ATUAL
Segundo o Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA), dos Estados Unidos, a experimentação antes dos 15 anos aumenta em 4 vezes o risco de desenvolver dependência de álcool na vida adulta. Apesar dessa informação alarmante, em muitos países americanos e europeus, a maior parte dos jovens faz uso dessa substância antes dos 15 anos.
O uso de bebidas alcoólicas por jovens é tema que desperta grande preocupação entre profissionais da saúde. Diversos fatores influenciam este comportamento: mudanças físicas, sociais e psicológicas da puberdade, traços de personalidade e fatores hereditários. Além de prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso, o consumo precoce de álcool aumenta a possibilidade de consequências negativas, como queda no rendimento escolar, gravidez precoce e indesejada, violência e acidentes.
No Brasil, estimativas apontam que 26,8% dos jovens com idades entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool no último ano, semelhante ao índice mundial de 26,5% (OMS, 2018a). Dados da edição mais recente da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), de 2019, mostraram que a experimentação de bebidas alcóolicas dos escolares entre 13 e 17 anos foi de 63,3%, sendo que 55,9% dos alunos de 13 a 15 anos reportaram experimentação. Entre os que estão na faixa de 16 e 17 anos, o resultado chegou a 76,8%, um pequeno aumento em comparação com o levantamento anterior, realizado em 2015, que indicava 73% para essa faixa etária.
A PeNSE ainda mostra que houve uma diferença estatística significativa entre os estudantes das redes pública e privada com relação à experimentação de bebidas alcoólicas pelos alunos de 16 e 17 anos, destacando-se o predomínio entre os alunos da rede privada (79,5%) quando comparados aos da rede pública (76,4%).
Em relação ao gênero, dados da PeNSE apresentaram diferenças significativas quanto à experimentação do álcool: as meninas apresentaram um percentual de 66,9%, enquanto entre os meninos esse percentual foi de 59,6%.
A PeNSe também apurou a exposição precoce ao álcool e identificou que 34,6% dos escolares de 13 a 17 anos haviam tomado a primeira bebida alcoólica com menos de 14 anos, sendo que para as meninas, esse número aumentou para 36,8%.
Fonte: CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, 2022. Acesse a matéria completa aqui.
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